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7/16/13

LITERATURA: As maiores declarações de amor da literatura universal


O Nascimento de Vénus, de Sandro Botticelli
Carta a D.
André Gorz
(De André Gorz para Dorine Keir)
Você está para fazer oitenta e dois anos. Encolheu seis centímetros, não pesa mais do que quarenta e cinco quilos e continua bela, graciosa e desejável. Já faz cinquenta e oito anos que vivemos juntos, e eu amo você mais do que nunca. De novo, carrego no fundo do meu peito um vazio devorador que somente o calor do seu corpo contra o meu é capaz de preencher. Eu só preciso lhe dizer de novo essas coisas simples antes de abordar questões que, não faz muito tempo, têm me atormentado. Por que você está tão pouco presente no que escrevi, se a nossa união é o que existe de mais importante na minha vida?
Primo Basílio
Eça de Queiroz
(De Basílio para Luísa)
Que outros desejem a fortuna, a glória, as honras, eu desejo-te a ti! Só a ti, minha pomba, porque tu és o único laço que me prende à vida, e se amanhã perdesse o teu amor, juro-te que punha um termo, com uma boa bala, a esta existência inútil. E Luísa tinha suspirado, tinha beijado o papel devotamente! Era a primeira vez que lhe escreviam aquelas sentimentalidades, e o seu orgulho dilatava-se ao calor amoroso que saía delas, como um corpo ressequido que se estira num banho tépido; sentia um acréscimo de estima por si mesma, e parecia-lhe que entrava enfim numa existência superiormente interessante.
Dom Quixote
Miguel de Cervantes
(De Dom Quixote para Dulcinéia)
Ó Dulcinéia del Toboso, dia da minha noite, glória da minha pena, norte dos meus caminhos, estrela da minha ventura (assim o céu te depare favorável em tudo que lhe pedires!), considera, te peço, o lugar e o estado a que a tua ausência me conduziu, e correspondas propícia ao que deves à minha fé! Ó solitárias árvores, que de hoje em diante ficareis acompanhando a minha solidão, dai mostras com o movimento das vossas ramarias de que vos não anoja a minha presença! Ó tu, escudeiro meu, agradável companheiro em meus sucessos prósperos e adversos, toma bem na memória o que vou fazer à tua vista, para que pontualmente o repitas à causadora única de tudo isto!
Romeu e Julieta
William Shakespeare
(De Julieta para Romeu)
Meu inimigo é apenas o teu nome. Continuarias sendo o que és, se acaso Montecchio tu não fosses. Que é Montecchio? Não será mão, nem pé, nem braço ou rosto, nem parte alguma que pertença ao corpo. Sê outro nome. Que há num simples nome? O que chamamos rosa, sob uma outra designação teria igual perfume. Assim Romeu, se não tivesse o nome de Romeu, conservara a tão preciosa perfeição que dele é sem esse título. Romeu, risca teu nome, e, em troca dele, que não é parte alguma de ti mesmo, fica comigo inteira.
Lolita
Vladimir Nabokov
(Humbert sobre Dolores Haze)
Lolita, luz de minha vida, labareda em minha carne. Minha alma, minha lama. Lo-li-ta: a ponta da língua descendo em três saltos pelo céu da boca para tropeçar de leve, no terceiro, contra os dentes. Lo. Li. Ta.  Pela manhã ela era Lô, não mais que Lô, com seu metro e quarenta e sete de altura e calçando uma única meia soquete. Era Lola ao vestir os jeans desbotados. Era Dolly na escola. Era Dolores sobre a linha pontilhada. Mas em meus braços sempre foi Lolita. Será que teve uma precursora? Sim, de fato teve. Na verdade, talvez jamais teria existido uma Lolita se, em certo verão, eu não houvesse amado uma menina primordial.
Os Sofrimentos do Jovem Werther 
Johann Wolfgang von Goethe
(Werther sobre Carlota)
Hoje não pude ir ver Carlota, uma visita inesperada me segurou em casa. Que havia a fazer? Mandei o meu criado ao encontro dela, só para ter junto de mim alguém que tivesse estado em sua presença. Com que impaciência o esperei, com que alegria tornei a vê-lo! Não tivesse vergonha e teria me atirado ao seu pescoço e coberto seu rosto de beijos. Falam que a pedra de Bolonha, quando exposta ao sol, absorve seus raios e reluz por algum tempo durante a noite. Dava-se o mesmo comigo e aquele rapaz. A lembrança de que os olhos de Carlota haviam pousado em seu rosto, em suas faces, nos botões de sua casaca e na gola de seu sobretudo, tornava-o tão querido, tão sagrado para mim!
A Trégua
Mario Benedetti
(Martín Santomé sobre Avella­neda)
Ah, os velhos tempos em que Avellaneda era só um sobrenome, o sobrenome da nova auxiliar (faz apenas cinco meses que anotei: A mocinha não parece ter muita vontade de trabalhar, mas pelo menos compreende o que a gente explica), a etiqueta para identificar aquela pessoinha de testa ampla e boca grande que me olhava com enorme respeito. Ali estava ela agora, diante de mim, envolta em sua manta. Não me lembro de como era ela quando me parecia insignificante, inibida, nada além de simpática. Só me lembro de como é agora: uma deliciosa mulherzinha que me atrai, que me alegra absurdamente o coração, que me conquista.

Como estudar: Introdução; Uma sugestão aos pais e professores.


                         
Além de ser um manual para estudantes que desejam adquirir método de aprendizagem e técnica de trabalho mais eficiente e que procuram meios para vencer dificuldades de aprendizagem típicas do dia-a-dia escolar, esta série de artigos pretende ser de caráter didático e de consulta para professores realmente comprometidos com o seu papel, que envolve o plano da informação e formação dos seus alunos.
  Refiro-me aqueles professores que vêem o ensino como algo mais do que ministrar aulas, mais ou menos bem preparadas.
  Estes artigos pretendem  ser, para esses professores preocupados com o desempenho escolar de seus alunos, um guia prático onde encontrarão, de forma sistematizada, instruções específicas sobre como planejar o tempo de estudo, como tomar notas em classe, como redigir um relatório.
  Espero estar oferecendo a estes professores um material didático apropriado ao ensino de métodos de estudo e técnicas de trabalho mais eficientes, visto que as técnicas aqui sugeridas, o programa de estudo aqui proposto, estão baseados em anos de pesquisa educacional, pesquisas rigorosas e honestas,cujos resultados foram significantes e comprovados.
   Ao mesmo tempo, espero que este material ofereça um subsídio para os pais que desejam ajudar, de maneira proveitosa, os filhos que apresentam dificuldades de aprendizagem.
  A maioria dessas dificuldades, que se refletem em fracassos escolares frequentes, estão ligadas a um não equacionamento do tempo disponível, a uma dificuldade de organização das atividades escolares.Assim sendo, a atenção dos pais aos hábitos de estudo de seus filhos e a possibilidade de melhorá-los através de sugestões aqui apresentadas podem ter efeitos surpreendentes quanto ao rendimento acadêmico, melhorando sensivelmente o desempenho escolar.
  Talvez aquele filho que tenha ''dificuldades na escola'' ou que ''dá preocupação quanto aos estudos'', esteja carente de uma orientação, de uma conversa construtiva, pois, na maior parte dos casos, ele é somente alvo de críticas por causa do seu desempenho escolar insatisfatório.
  Finalizando, ainda lembraríamos que uma atitude compreensiva e respeitosa em relação ao aluno ou filho com dificuldade nos estudos é sempre esperada de quem verdadeiramente assumiu o papel de educar.
   Neste sentido, contamos com pais e professores como veículos ou mediadores deste material, que pretende oferecer uma saída construtiva para o problema de muitos estudantes. A sua leitura pode despertar a atenção para os requisitos e as condições do trabalho intelectual individual, pois ele contém sugestões que podem ser usadas por pais e professores para ajudar o estudante a melhorar seus métodos de trabalho.Relembro que o conhecimento e a aplicação de métodos de aprendizagem e técnicas de trabalho constituem uma condição prévia para o sucesso na escola e nos estudos.

Arte Rupestre- aula 5: Pinturas encontradas em Lascaux


Caverna de Lascaux, França. Suas pinturas foram achadas em 1942, têm 17.000 anos. A cor preta, por exemplo, contém carvão moído e dióxido de manganês. Nas grutas de Lascaux, há os melhores exemplares da arte pré-histórica do planeta.















Carla Ferreira da Silva, Mariana Castello Costa de Medeiros e Vinícius Boff Flores.

As pinturas repustres de Lascaux entre as mais antigas obras de arte conhecidas. Foram descobertas em 1940 perto do vilarejo de Montignac, na França central, quando quatros meninos se depararam com uma gruta. Dentro dela, encontravam uma série de salões com quase 1.500 pinturas de animais, cuja idade varia entre quinze e dezessete mil anos.

  1. Existem várias teorias referentes à função das pinturas. Um traço natural da gruta pode ter sugerido a forma de um animal a um observador pré-histórico, que depois o realçou para transmitir sua visão a outras pessoas. Como muitas das pinturas estão localizadas em partes inacessíveis da gruta, podem ter sido usadas para práticas mágicas Possivelmente, as pessoas pre-históricas acreditavam que o ato de desenhar animais, especialmente com alto grau de precisão, colocaria os bichos sob seu controle ou aumentaria o número deles em épocas de escassez.
    Os animais são esboçados ou retratados em silhueta. Muitas vezes são reproduzidos no que se denomina perspectiva torcida, ou seja, com a cabeça de perfil e os chifres de frente. Muitas das imagens incluem pontos, padrões lineares e outros desenhos que podem encerrar um significado simbólico.
    O compartimento mais magnífico da gruta, conhecido como Grande Salão dos Touros, contém uma narrativa pintada. Da esquerda para a direita, as pinturas retratam a caça e a captura de um rebanho de bisões.
    Assim que as pinturas foram examinadas e identificadas como paleolíticas, a caverna foi aberta ao público, em 1948. Em 1955, porém, tornou-se cada vez mais evidente que a exposição a 1.200 visitantes por dia estava danificando as pinturas. Apesar das medidas protetoras tomadas, o sítio foi fechado em 1963. Para atender à demanda pública, uma réplica da gruta em tamanho natural foi concluída em 1983, a apenas duzentos metros da original e esta sim está aberta à visitação.